No último dia 10 de setembro foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Muitos símbolos, como o Castelo da Fiocruz (foto) estarão utilizando a iluminação em amarelo ao longo deste mês, com o objetivo de valorizar a vida e chamar a atenção para o suicídio que, apesar de ser responsável por 32 mortes por dia no Brasil, ainda é tratado como tabu pela sociedade. A Doutrina Espírita nos mostra que esse ato é totalmente contra a Lei de Deus.
Segundo o relatório da OMS, o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. O relatório revela que, anualmente, mais de 804 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. A OMS afirma que é possível prevenir suicídios – mais de 90% poderiam ser evitados, segundo a agência.
Sob a luz da Doutrina Espírita, vemos que este ato é totalmente contra a Lei de Deus. Denota, ainda, a falta de fé de que dias melhores virão. O bom, por outro lado, é que há recursos para afastar de vez esse pensamento da mente dos aflitos.
De acordo com a Doutrina Espírita, somente Deus tem o direito de dispor da vida do homem. Ou seja, nenhum ser encarnado pode suicidar-se. “O suicídio voluntário é uma transgressão da lei divina”, afirma a resposta à questão 944, de O Livro dos Espíritos. Ainda assim, infelizmente, o que mais se vê são pessoas que não suportam os fardos do cotidiano e acham que, se atentarem contra suas próprias vidas, vão colocar um fim ao sofrimento.
Ledo engano. O Espiritismo nos ensina que a vida não acaba com a morte. Portanto, o suicida levará com ele, para o mundo espiritual, toda a carga de dor que o conduziu até o ato impensado.
É como bem diz uma passagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. XXVII, item 71): “O suicida julga escapar às misérias do presente e mergulha em desgraças maiores”.
A Doutrina Consoladora pode ser um grande alicerce para fortalecer o ânimo daqueles que cogitam se matar. Conhecer as leis de causa e efeito, acreditar que tudo o que nos acontece é de nosso merecimento e, acima, desenvolver a fé de que estamos amparados por irmãos espirituais que querem o nosso bem e nos ajudarão a superar nossos problemas… Tudo isso irá ajudar a prevenir o suicídio. Além do mais, trabalhos mediúnicos podem auxiliar na doutrinação de Espíritos que, porventura, estejam incitando o encarnado a acabar com sua vida.
Para completar, é preciso que pessoas que estejam com depressão e outros distúrbios que costumam conduzir ao suicídio procurem a ajuda dos médicos da Terra, para que o tratamento seja feito de forma integral: o Espiritismo trata as questões do Espírito e as terapias terrenas focam na cura do corpo e da mente. E mesmo quem enfrenta tristezas e desilusões pode encontrar o auxílio entre os encarnados, como os valorosos voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV).
CVV: apoio emocional até pela Internet
Há mais de 50 anos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza um trabalho de apoio emocional, auxiliando as pessoas angustiadas, tristes ou que se sentem solitárias.
Inicialmente, foi criado para combater o suicídio – tanto é que, por muito tempo, o slogan do grupo era “Ligue CVV para viver”. Mas, hoje, o CVV entende que seu trabalho está cada vez mais voltado a ampliar o contato com a população em qualquer momento difícil.
E como se dá essa ajuda? Durante muito tempo, esse S.O.S. emocional ocorria somente por meio do telefone. As pessoas em estados depressivos e de tristezas profundas – ou simplesmente solitárias, o que já gera uma angústia por si só – ligavam para o 141. Esse número ainda existe, mas, no site da CVV (www.cvv.org.br), é possível encontrar contatos telefônicos em todo o Brasil a qualquer hora do dia ou da noite, portanto, há um voluntário do outro lado da linha aguardando para levar uma palavra de apoio e esperança à pessoa necessitada, muitas vezes, apenas de ter alguém que a ouça.
Mas, na era da Internet, o atendimento do CVV se ampliou. Atualmente, é possível conversar com um voluntário via VoIP (pelo Skype, em conversa de voz) ou chat (bate-papo virtual, em conversa por escrito), disponível a partir do site. Os horários do chat são: domingos, das 19 às 23 horas; segundas e quintas, das 16 às 23 horas; terças e quartas, das 16 às 22 horas; sextas, das 17 às 20 horas; e sábados, das 18 às 22 horas. Porém, se você entrar no site e não estiver em horário de atendimento, basta deixar uma mensagem para que um voluntário a responda o mais rápido possível. E tem mais: há, ainda, o atendimento presencial. No site, estão diversos endereços para que se possa abrir o coração com um voluntário cara a cara.
Vale reforçar que os voluntários do Programa de Apoio Emocional do CVV são devidamente treinados para conversar com qualquer pessoa que esteja em busca de ajuda.
Tudo isso se dá de forma respeitosa e com anonimato. De acordo com o CVV, não são feitos aconselhamentos, nem julgamentos. E toda a conversa é guardada em sigilo. Os organizadores do grupo explicam: “Os voluntários do CVV procuram criar uma relação positiva com a pessoa que busca o serviço por meio do acolhimento e do ‘ouvir atento e compreensivo’. Esse clima permite ao voluntário transparecer que, naquele momento, existe alguém disponível e preocupado com os sentimentos da outra pessoa, com foco nas emoções do indivíduo.” Um acolhimento que, sem dúvida, pode ser fundamental para quem se encontra pensando em fugir de seus problemas por meio do suicídio. Se você está nessa situação ou conhece alguém que esteja, lembre-se de usar ou indicar o CVV. Essa ajuda fará toda a diferença.
Da Redação
Revista do Espiritismo